O solo é um recurso natural que deve ser explorado com maior racionalidade, fazendo-se com que a aplicação de seu manejo seja direcionada para a preservação de suas potencialidades com benefícios para os cultivos.
A cultura do café tanto na sua fase de implantação como na fase de produção, exige solos com boa estrutura física e níveis adequados de fertilidade, para que a planta tenha um desenvolvimento vegetativo satisfatório e possa expressar seu índice de produtividade com maximização.
Práticas agrícolas podem contribuir para melhoria das condições físicas e química do solo com maior economicidade e sustentabilidade, desde que se conheça melhor suas características. Para conhecimento dessas características a análise física e química do solo é considerado um instrumento que nos possibilita a visualização de limitações pedológicas, composição de sua textura, níveis de fertilidade e teor de matéria orgânica.
Como auxílio imprescindível na recomendação equilibrada e econômica de fertilizantes, corretivos e aditivos, a análise de solo além de ser bem interpretada, deve ser precedida de uma amostragem correta, para que se evite falhas nas recomendações causando prejuízos a lavoura e despesas desnecessárias.
Alguns requisitos devem ser considerados para se coletar de forma correta as amostras de solos na cafeicultura, com a amostragem de cada área ou talhão selecionado, não excedendo a 10 hectares. Na instalação da lavoura se torna essencial que a área selecionada seja representativa, apresentando uniformidade quanto a cor e textura do solo, tipo de relevo, situação de drenagem, cobertura vegetal e histórico de manejo.
No caso de lavouras implantadas os talhões de coleta devem apresentar uniformidade quanto ao solo, variedade, idade, manejo, desenvolvimento e produtividade.
Para análise química do solo de cada área ou talhão, fazer a coleta de duas amostras compostas, constituídas pelas respectivas 20 amostras simples retirada das profundidades de 0-20 cm para efeito da recomendação de adubação e calagem e de 20-40 cm na mesma perfuração para recomendação de gessagem.
Para análise física deve-se retirar amostra da profundidade de 60-80 cm, para que se possa efetuar a recomendação de manejo no sentido de contornar problemas de impedimento físico e alterações de compactação e adensamento.
A periodicidade de coleta das amostras de solo no cafezal em produção pode ser todo ano para as profundidades de 0-20 cm e de cada dois a quatro anos para as profundidades de 20-40 cm. Podem ser coletadas amostras tanto na faixa de adubação do cafeeiro ou projeção da copa como nas entrelinhas ou meio da ruas do cafezal.
Depois de elaboradas as amostras compostas, separar 300 gramas para ser embalada em caixa de papelão ou saco plástico, que serão identificadas e enviadas ao laboratório credenciado e escolhido pelo produtor para realizar o histórico das análises de solo de sua lavoura.
Julio Cesar Freitas Santos / Pesquisador Fitotecnísta
Embrapa Café / Epamig Patrocínio