1 DIAGNÓSTICO
A área cafeeira do Estado do Paraná em 1997 foi estimada pela SEAB/Deral em 136.200 hectares. Deste total, 10 mil hectares eram de café adensado. A produção de café beneficiado naquele ano foi estimada em 1.910.649 sacas. A produtividade média de café beneficiado foi de 14 sacas/hectare para as lavouras tradicionais e 41 sacas/hectare para as lavouras adensadas. Com base nos dados da Emater-PR, o café é produzido no Estado por 16 mil cafeicultores.
Existe ainda uma tendência de redução da área cafeeira no Paraná. Com base nos dados da SEAB/Deral, a área cafeeira passou de 137 mil hectares em 1996 para 136,2 mil hectares em 1997. Como nesse período a área de café adensado aumentou de 5 mil ha para 10 mil ha (incrementou em 5.000 ha), conclui-se que houve uma erradicação de 6 mil ha de cafezais velhos.
No campo, o café mantém emprego direto para mais de 60 mil trabalhadores. Os 126,2 mil hectares de cafezais tradicionais proporcionam emprego direto para 50.480 (2,5 ha geram 1 emprego) e os 10 mil ha de café adensado proporcionam emprego direto para 10 mil trabalhadores (1 ha gera 1 emprego).
De acordo com informações da ABIC, existem 139 indústrias de torrefação e moagem de café no Paraná. Deste total, 46 são indústrias filiadas à ABIC e oferecem ao consumidor 102 marcas de café. As indústrias associadas industrializam em média 612 mil sacas de café beneficiado por ano, no período de 1991-96.
De um total de 11 indústrias de café solúvel, 3 delas estão instaladas no Paraná. Em 1996, a exportação da Indústria Cacique de Café Solúvel, em Londrina e a Iguaçu de Café Solúvel, em Cornélio Procópio, exportaram 44,3% do café solúvel brasileiro. Com a instalação da Macsol, também em Cornélio Procópio, a participação das indústrias do Paraná deve crescer mais 4-5%. Um total de 63% do café solúvel das indústrias do Estado em 1996 foram para os EUA e Rússia. Em 1996, as indústrias de café solúvel do Paraná processaram cerca mais de 1.245.900 sacas de café beneficiado, a maior parte de café Conillon, procedente do Espírito Santo.
A exportação de café em grão é fortemente influenciada pelo volume de café produzido no Estado. A exportação de café em grão passou de 832.606 sacas em 1992 para 276.149 sacas em 1996, e o número de empresas de exportação passou de 18 para apenas 9. Com o aumento da produção em 1997, cerca de 14 empresas atuaram na exportação do café do Paraná. No período de 1992-96, 40-50% do café do Paraná foi exportado para Argentina e EUA.
Em 1996, o valor da exportação total de café do Paraná foi de US$ 181.743.000. Deste valor, o café em grão representou 20%, o solúvel 69%, os extratos 10% e o café torrado e moído representou 1%.
Devido à baixa qualidade do café, os cafeicultores do Paraná deixaram de ganhar cerca de R$ 14 milhões/ano no período de 1988-97 (primeiro semestre), uma vez que receberam preços inferiores à média brasileira. Em 1989, quando havia abundância de café no mercado, os produtores do Paraná deixaram de receber mais de R$ 32 milhões, valor equivalente ao obtido com a exportação de café verde no ano de 1993 e pouco inferior aos valores obtido em 1995 e 1996.
2 PONTOS DE ESTRANGULAMENTO
2.1 PRODUÇÃO PRIMÁRIA
O setor de produção de café no Paraná encontra-se deficitário e com uma série de problemas que necessitam de solução, para a retomada da produção em níveis compatíveis com as demandas dos demais segmentos do agronegócio café e com a necessidade de gerar emprego e renda nos pequenos municípios. A situação atual e os entraves do setor de produção são:
a) cafezais velhos e modelo tecnológico inadequado à realidade estadual;
b) baixa produtividade das lavouras tradicionais;
c) baixa qualidade do produto (clima/métodos inadequados de colheita e processamento/falta de infra-estrutura);
d) má fama da qualidade do café do Paraná;
e) instabilidade econômica da atividade em função da oscilação de preços;
f) descapitalização dos produtores;
g) organização deficiente dos cafeicultores;
h) comercialização (o produtor comercializa seu café sem conhecer as características do produto);
i) geada (acelera a erradicação, geralmente 20% após a geada);
j) nematóides (inviabiliza as áreas para café);
k) empobrecimento dos solos causado por manejo inadequado;
l) baixo uso de fertilizantes;
m) controle deficiente da ferrugem;
n) manejo inadequado da planta (podas, desbrotas etc.).
2.2 DIFICULDADES PARA A IMPLANTAÇÃO DA MODERNA CAFEICULTURA
Falta de capital para investir no plantio.
Alto custo de implantação (maior necessidade de mudas/alto preço das mudas/alto custo de insumos).
Falta de mudas.
Geada (influi na decisão de investir na atividade/coloca em risco o investimento).
Nematóides (inviabiliza as áreas para o cultivo do café e aumenta o custo de sua implantação. A muda é a principal fonte de disseminação do nematóide).
Dificuldades no acesso ao crédito para investimento e custeio.
Falta de mão-de-obra especializada devido à erradicação dos cafezais e êxodo rural.
Falta de acompanhamento técnico aos cafeicultores.
Falta de definição de uma política cafeeira duradoura, com envolvimento de todos os setores.
2.3 INDÚSTRIA DE TORREFAÇÃO
Um diagnóstico apresentado pela ABIC (1997) sobre a situação atual do setor indica os seguintes pontos que devem ser considerados o fortalecimento da indústria brasileira de café:
· Parque industrial sucateado Apresentando equipamentos com idade média superior a dez anos. De acordo com os estudos realizados pela USP/PENSA em 1992 (ABIC, 1994), a idade média dos equipamentos era de 10 anos para os tarradores, 7,5 para os moinhos, 8 para empacotadoras e 4 a 5 anos para veículos destinados à distribuição.
· Desatualização tecnológica dos equipamentos. Surgiram equipamentos modernos de torração, com sistemas que reduzem o tempo de torração e preservam as características de aroma e sabor; moinhos de rolo que não alteram a temperatura e preservam a qualidade e aumentam o rendimento ao consumidor final; e formas de empacotamento a “alto vácuo”, ainda pouco utilizado. O empacotamento mais utilizado é o semi-automático, com baixa produtividade ou importados de elevada produção.
· Mudança do perfil do setor.
· Tendência à baixa profissionalização da indústria, ocasionada por equipamentos e processos industrial barato.
· Intensificação do processo de concentração industrial, com fusões e incorporações de indústrias.
· Descapitalização acelerada.
· Aumento dos insumos básicos.
· Redução das margens de lucratividade.
· Acirramento da concorrência (competição desleal – impurezas/baixa qualidade do produto, sonegação/economia informal).
· Aumento dos prazos de pagamentos nos canais de comercialização.
· Agravamento da necessidade de capital de giro especialmente em períodos de elevação dos preços da matéria-prima.
· Oscilação na oferta do produto com escassez crítica após problemas de geada e seca. A produção do Paraná é insuficiente para atender todos os segmentos da cadeia. Oferta regularizada com o uso dos estoques.
· Oscilação de preços com alta brusca após geadas e secas.
· Falta de informação do consumidor sobre a qualidade do café.
2.4 INDÚSTRIA DE CAFÉ SOLÚVEL
A indústria foi taxada, indiretamente, com medida governamental que, oportunamente, isentou as exportações de produtos primários do ICMS. Acontece que a indústria, quando adquire a matéria-prima em outro Estado, que não aquele onde se localiza sua fábrica, é obrigada a recolher o ICMS sobre o valor da compra, e se credita desse valor no momento da exportação. Esse crédito, em geral, é de difícil utilização e a empresa só o libera com deságio entre 25 a 30%. Além disso, a abertura comercial empreendida pelo Brasil foi unilateral, ou seja, o país abriu as suas fronteiras à importação de produtos estrangeiros e não negociou contrapartidas para essa abertura.
O país atravessa uma fase particularmente difícil no que se refere às relações comerciais com o exterior. Os déficits em transações correntes se acumulam, fruto de uma valorização cambial iniciada com o Plano Real, pela abertura comercial e por política monetária rígida. A indústria de café solúvel sofre os efeitos do desajuste cambial e pela política monetária apertada. O “clima” econômico do Brasil, assim, não é comparável com o vigente nas nações mais desenvolvidas, onde se localizam os maiores concorrentes da indústria brasileira de café solúvel. Solúvel brasileiro cada vez menos competitivo em relação aos concorrentes mencionados. Enquanto os juros internos reais atingirem níveis superiores a 30% a.a. (no exterior alcançam apenas 6% a.a.), enquanto as moedas européias, de modo geral, se desvalorizam diante do dólar norte-americano, o Real está atrelado a ele, valorizando-se gradativamente, tornando a oferta de matéria-prima no Brasil escassa e mais cara do que o café robusta de outros países. O Conilon brasileiro é demandado, quer pela indústria de solúvel, quer pela de café torrado e moído. Face à oferta “estreita”, o efeito normal é a elevação dos preços, em níveis superiores aos do café robusta asiático e africano oferecidos ao resto do mundo. A indústria brasileira de café solúvel não pode importar café verde devido à legislação fitossanitária, que data de 1934. A solução é permitir o acesso do industrial brasileiro aos cafés antigos, estocados em armazéns do governo.
O governo abriu linhas de crédito para incentivar setores emergentes a exportarem produtos com maior valor agregado e com marca brasileira. A relação de setores incluídos nessa linha de financiamento abrangia, entre outros, flores artificiais e ladrilhos, mas não considerou o café solúvel, que gera cerca de meio bilhão de dólares de receita para o país e exporta mais de 40% do total sob a forma de café envasado, com marca brasileira.
A União Européia impõe tarifas de 9,1-10,1% para a entrada do café solúvel brasileiro. São isentos dessa taxa os países africanos e andinos (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru). O Brasil sofre ainda tratamento tarifário diferenciado no Chile, que isenta o café colombiano e taxa o solúvel brasileiro em 9,68%.
2.5 EXPORTAÇÃO DE CAFÉ EM GRÃO
· Falta produto em quantidade e qualidade para exportar (sofre competição com as torrefadoras na compra de café de qualidade).
· Faltam navios adequados em Paranaguá, e com a freqüência necessária.
· Infra-estrutura de portos inadequada para exportação de café a granel.
· A União Européia impõe tarifas de 1,3% para a entrada do café verde brasileiro.
· Falta de um trabalho para divulgar e trabalhar a imagem do café do Paraná.
· Taxas de exportação superior à de outros países competidores. Altas taxas portuárias.
· Política instável.
3 OPORTUNIDADES
· Mercado para café cereja descascado.
· Mercado para café orgânico.
· Possibilidade de abertura de novos mercados – China.
· OMC – redução de tarifas sobre café brasileiro na União Européia.
4 PROPOSTAS DE AÇÃO INTEGRADA
A revitalização da cafeicultura no Estado depende da ação articulada de todos os setores da cadeia produtiva do café, visando à solução dos pontos de estrangulamento e a melhorar a eficiência.
Setor de produção – Pela situação atual da cafeicultura, as ações deverão ser direcionadas para tornar o setor competitivo e estável e em condição de produzir de forma regular o café nas quantidades e qualidades que os demais segmentos da cadeia necessitam e continuar gerando emprego e distribuindo riqueza no campo.
Implantação do novo modelo tecnológico de produção de café – Transformar a cafeicultura paranaense através da implantação de um modelo de cafeicultura eficiente e mais adaptado às condições do Paraná, para dar estabilidade ao setor e para aumentar a produção elevar o setor de produção a um novo patamar tecnológico.
Renovar com lavouras adensadas e com novas variedades 14 mil hectares/ano em um período de 10 anos para manter 150 mil ha de café. Considerando um custo de implantação de R$ 2.000/ha, isto eqüivale a um investimento superior a R$ 28 milhões/ano. A estimativa de necessidade de recursos anualmente são:
– Recursos do Pronaf para 5 mil ha/ano (R$ 2.000/ha/ano) com valor total de R$ 10.000.000/ano.
– Recursos do Governo do Estado/SEAB, semelhante ao adotado para mudas de café, para apoiar 1.600 produtores (10% dos produtores), 2 ha/produtor no valor de R$ 6.400.000/ano para implantação e mais R$ 1.600.000/ano para condução (R$ 500/ha).
Esta meta poderá ser superada no período de setembro/1997 a junho/98. Serão implantados 18 mil hectares de café se toda a semente comercializada no Estado for realmente aproveitada, demandando um investimento superior a R$ 36 milhões.
Apoiar a formação de mudas – Apoiar anualmente a formação de 130 milhões de mudas/ano para regularizar a oferta e reduzir custo de implantação e dar suporte à implantação das lavouras.
Recursos públicos – Governo do Estado/SEAB…………………(R$ 0,03/muda)
R$ 3.900.000/ano
Estimular a produção de sementes de café – Existe atualmente 15 produtores de sementes fiscalizadas de café, com capacidade para produzir 40 mil quilos de sementes/ano, mas ainda existe um déficit de 4.300 kg de sementes. Em 1997 foram produzidos 33.700 kg de sementes fiscalizadas pelos 15 produtores e mais 5.300 kg de sementes básicas pelo Iapar. O total de sementes produzidas no Paraná é de 39 mil kg, equivalente a R$ 585.000 (R$ 15/kg), suficiente para produzir 108 milhões de mudas de café.
Atualizar a normas de produção de sementes e mudas – Reativar a Sescafe, para atualizar as normas de produção de sementes e mudas no Estado.
Fiscalizar a produção de sementes e mudas – Dotar o Defis de estrutura e pessoal para que tenha condições de fiscalizar intensivamente a produção de sementes e mudas e garantir ao cafeicultor o fornecimento de sementes e mudas de boa qualidade. Muitas propriedades estão isentas de nematóides e, por este motivo, o controle fitossanitário dos viveiros é fundamental para garantir o sucesso da renovação das lavouras de café.
Assistência técnica – Criar condições para que os técnicos da extensão rural possam dedicar mais tempo ao café.
Melhoria da qualidade do café – As ações devem estar voltadas para aumentar o volume de café de boa qualidade e melhorar a imagem do café produzido no Estado.
Café padrão qualidade Paraná – A Câmara Setorial em ação articulada com todos os setores deve definir o café padrão qualidade Paraná e traçar metas indicando o volume a ser produzido a curto, médio e longo prazos, bem como avaliar anualmente o atingimento destas metas. O café natural, padrão qualidade Paraná, deve tornar-se, com o tempo, o café predominante no Estado para garantir a regularidade da oferta. Para isto ele deve possuir características que permitam a sua produção com tecnologia acessível a todos os cafeicultores do Estado.
Para aumentar o volume de café de boa qualidade, são necessárias as seguintes ações:
· Linhas de crédito.
· Linhas de créditos para apoio a equipamentos, tulhas e terreiros, com recursos do BNDS/Fename, complementado com apoio do Banestado, com juros baixos e prazo de pagamento de cinco anos e dois anos de carência, semelhante ao que foi adotado no Estado do Espírito Santo para os mesmos tipos de equipamentos.
· Apoiar a implantação de 120 lavadores de grande porte e 840 lavadores de pequeno porte no período de quatro anos no valor total de R$ 5.016.000.
· Apoio anual:
30 lavadores de grande porte (10.000 l/hora) R$ 214 mil
210 lavadores de pequeno porte (3.000 l/hora) R$ 1.040 mil
Total/ano R$ 1.254 mil
· Apoiar a implantação de 60 secadores de grande porte (15 mil litros) e 420 secadores de pequeno porte (5 mil litros) em quatro anos, no valor total de R$ 10.640.000.
· Apoio anual: 15 lavadores de grande porte (15 mil litros) R$ 430 mil
105 lavadores de pequeno porte (5 mil litros) R$ 2.230 mil
Total/ano R$ 2.660 mil
Café especial – Cereja Descascado Paraná ou Lavado Qualidade Paraná – Capacidade instalada – Existe um total de 60 descascadores no Estado com capacidade para produzir 50 mil sacas de café cereja descascado/ano. Para aproveitar esta capacidade instalada e ampliar o volume a ser produzido, são necessárias as seguintes ações:
· A Câmara Setorial deve definir o padrão em termos de bebida, tipo e tamanho de grão e estabelecer e acompanhar as metas de produção a curto, médio e longo prazos, tendo como ponto de partida a capacidade já instalada.
· Apac/SEAB/Emater/Ocepar devem cadastrar e organizar os cafeicultores que produzem o Cereja descascado, visando à formação de volume de café.
· A Emater deve estar estruturada para assistir estes cafeicultores na colheita, processamento e armazenamento do café visando conseguir que os cafeicultores obtenham um mesmo padrão de café para formação de lotes.
· A Apac/Ocepar/SEAB/Claspar/MAA/Centro do Comércio do Café/Bolsa de Mercadoria devem atuar de forma conjunta para classificar e certificar o produto. O custo pode ficar em 0,07%/saca, preço variável com o volume.
· Criar linhas de crédito para apoiar a implantação de equipamentos para melhoria da qualidade do café do Paraná para 120 descascadores de grande capacidade e 840 descascadores de pequeno porte no valor total de R$ 3,85 milhões em quatro anos. · Apoio anual:
30 descascadores de grande porte (6.000 l/hora) R$ 288 mil/ano
210 descascadores de pequeno porte (2.000 l/hora) R$ 674 mil/ano
Total R$ 962 mil/ano
Café especial – livre de agrotóxicos – É um nicho de mercado que o Estado deve enfatizar, não só devido à demanda mundial crescente por este tipo de produto, como pela existência no Estado de variedades resistentes à ferrugem, como a cultivar Iapar 59, uma das mais plantadas atualmente no Paraná, que parece capaz de resgatar a característica de café encorpado do Bourbon. As dificuldades estão no controle ao bicho mineiro, na fase inicial do cultivo, uma vez que na fase produtiva o café adensado leva ao auto-sombreamento e reduz o problema desta praga. Outro cuidado importante é a realização de colheita bem feita para evitar o aumento da população de broca do café. Neste tipo de café, a adubação química continua normal.
Ações necessárias para aumentar a oferta do café especial – livre de agrotóxicos:
1) A Câmara Setorial deve definir o padrão do produto em termos de bebida, tipo e tamanho de grão e estabelecer e acompanhar as metas de produção a curto, médio e longo prazos.
2) A Apac/Cooperativas e a SEAB/Emater/Defis/Deral/Claspar devem cadastrar e organizar os produtores que cultivam a variedade Iapar 59.
3) A Emater deve direcionar a assistência técnica aos cafeicultores especialmente cadastrados para a produção desse café, enfocando os aspectos de adubação, colheita e processamento de forma a garantir que os produtores consigam obter o maior volume de café dentro dos padrões estabelecidos.
4) O Defis/Apac devem estar estruturados para fiscalizar os cafeicultores e talhões cadastrados para que o Estado e os consumidores possam ter a garantia e a confiança da não utilização de agrotóxico.
5) A SEAB/Defis/Claspar/MAA/Ocepar/Centro do Comércio do Cafë devem ser estruturados para de forma conjunta fazer a pré-classificação do café em cada propriedade de forma a orientar a formação de lotes comuns nos armazéns.
Classificação e certificação do café do Paraná
Selo Café Padrão Qualidade Paraná.
Apac/Ocepar/Centro do Comércio do Café/Bolsa de Mercadoria de Londrina/Governo do Estado/SEAB/Claspar/Defis/Mara devem se organizar em um convênio para análise, certificação do café e exportação.
Avaliação do café nas regiões pela Claspar. Exige capacitação de técnicos da Claspar e equipamentos. Os equipamentos do Ex. IBC poderão ser transferidos para a Claspar. Linhas de financiamento para custeio e pré-comercialização.
O governo do Estado deverá atuar junto ao CDPC no sentido de reativar linhas de financiamento de custeio e pré-comercialização, para garantir a boa condução das lavouras e evitar que grande parte dos cafeicultores tenha que vender café na época de colheita, aumentando a oferta nesta época, afetando os preços e a renda.
Levantamento de área e previsão de safra.
O Paraná necessita de números confiáveis e únicos da sua área cafeeira, estimativa de safra e estoques para a confirmação da safra anterior. Estes números obtidos no Estado devem ser referência para a estatística nacional.
A Emater está fazendo o cadastramento dos produtores de café, o qual deverá estar pronto até janeiro de 1998.
O Deral, com recursos do Funcafe, repassados através do consórcio brasileiro de pesquisa e desenvolvimento do café, deverá realizar o primeiro levantamento de safra no período de setembro/outubro/97, para ser divulgado em novembro/97 e o segundo levantamento nos meses de abril/maio/98 para confirmação da safra. Os recursos deverão ser transferidos através do pagamento por formulários preenchidos, no valor de R$ 50,00/formulário.
Difusão da tecnologia.
EMATER e COOPERATIVAS
Capacitação
· Treinamento técnicos Há a necessidade de treinar 150 técnicos da EMATER/ COOPERATIVAS nos aspectos de colheita, processamento, armazenamento e comercialização de café através de 16 cursos sobre no valor total de R$ 24.000/ano Parcerias – Iapar/Senar/Emater/Denac/Centro do Comércio do Café.
· Treinamento para produtores 380 cursos para 7.600 produtores (20 prod./curso) sobre a implantação do café adensado, no valor total de R$ 304.000,00. 800 cursos sobre colheita e preparo do café para 16 mil cafeicultores, no valor total de R$ 640.000,00 Parcerias: Senar/Ocepar/SEAB – Emater/Abic/Abics/Prefeituras/Empresas multinacionais que vendem produtos para café.
· Pesquisas
O governo do Estado/Iapar deve continuar o aperfeiçoamento do modelo tecnológico nos aspectos relativos à poda, manejo de pragas e doenças, variedades resistentes a nematóides, tecnologias de manejo do solo visando reduzir a população de nematóides e arborização do cafezal para proteção contra a geada. Iniciar os estudos para a obtenção de variedades resistente à CBD.
Zoneamento para a cultura do café no Paraná
Setor do comércio (primeiro benefício)
Criar linhas de crédito para comercialização de longo prazo a juros compatível com a atividade. Realizar a compra direta do cafeicultor reconhecendo a qualidade do produto e não através unicamente da renda.
Setor da Indústria de torrefação e moagem
A Abic/Sindicato de Torrefação necessitam estudar uma forma de produzir um café padrão qualidade Paraná (Ex.: bebida dura, tipo 6).
A Abic/Sindicato de Torrefadores/Governo do Estado poderiam trabalhar na mídia para divulgar este produto e melhorar a imagem do café do Paraná.
Setor da Indústria de café solúvel
A indústria de solúvel tem uma importante participação na exportação de café do Estado e para manter-se competitiva é necessário implementar algumas ações:
· Regularizar a oferta de matéria-prima.
· Permitir o acesso do industrial brasileiro aos cafés antigos, estocados em armazéns do governo, a preços equivalentes aos oferecidos pela Ásia e África aos industriais americanos e europeus.
· A solução seria importar o produto estrangeiro, mas a existência de uma legislação fitossanitária inflexível impede, na prática, que se efetivem operações draw-back.
· Aumentar a oferta de café arábica para reduzir a competição com a indústria de torrefação e desta forma regularizar os preços do café Conillon provenientes do Espírito Santo e de outros estados.
· Discutir na Câmara Setorial a possibilidade de incentivar a cultura de café robusta na região do litoral paranaense. Ações para aumentar a competitividade:
· Regulamentar a Lei, para que as indústrias processadoras de matéria-prima comprovem o efetivo embarque do produto industrializado, com sua equivalência em matéria-prima, sobre cujo volume não caberia recolhimento do ICMS. Ações para reduzir tarifas impostas no mercado externo ao solúvel brasileiro:
· A Câmara Setorial deve discutir e propor ao governo do Estado que interceda junto aos órgãos do governo federal para apressar as negociações na OMC para solução dessas tarifas discriminatórias na União Européia, a Polônia, China e Chile.
Setor da exportação de café em grão
O setor de exportação de café em grão é o mais afetado pela irregularidade na oferta de café. Ações visando aumentar a oferta de café em quantidade e qualidade. Ações visando aumentar a freqüência de navios no Porto de Paranaguá. Modernizar o porto de Paranaguá para reduzir os custos de exportação criando estrutura para exportação de café a granel. Divulgar no exterior a imagem dos cafés do Paraná. Reduzir as taxas portuárias no Porto de Paranaguá. Melhorar, duplicar a malha viária ligando norte e sul. Recuperar a rede ferroviária como forma de minimizar os custos de transporte do café. Ações visando incrementar as exportações via porto Portos Secos para aumentar o volume e proporcionar maior rodízio de contêineres. Criar uma imagem positiva do café exportado via Porto de Paranaguá.
O governo federal deve adotar medidas no sentido de apressar a liberação do café nas aduanas de Foz do Iguaçu e Uruguaiana