O Café possui a seguinte constituição química: alcalóides, incluindo os
alcalóides purínicos ou xantinas (cafeína, teobromina, teofilina, paraxantina),
ácidos orgânicos (ácido clorogênico 5 a 10%, e os ácidos cafeico, metilúrico,
vanílico, hidroxibenzoico e ferrúlico), flavonóides (caempferol, quercetol 40%),
diterpenos (cafestol, caveol), salicilatos (salicilato de metila), EDTA, ácido
benzoico, derivados nicotínicos (trigonelina), óleos essenciais (ácido cinâmico,
aldeído cinâmico), vitaminas (nicotinamida, ácido ascórbico, tiamina,
riboflavina e caroteno) e minerais (cálcio, fósforo e ferro).
A Grindelia
possui a seguinte constituição química: Diterpenos labdânicos ou grindelanos
(ácidos grindélico e oxigrindélico 10%), óleos essenciais (borneol), saponinas,
taninos, glicosídeos (grindelina), alcalóides, flavonóides, compostos
acetilênicos (matricariol e acetato de matricariol) e fitosteróis.
Informações tradicionais
O Café é uma planta
com os seguintes usos etnofarmacológicos identificados: Estimulante, diurético,
depurativo do sangue, tônico geral, antiasmático, antigripal, antidiarreico,
antireumático, combate as vertigens, as cefaléia associadas a resfriados,
vulnerário, antiespasmódico e sudorífico.
Grindelia é uma planta com os
seguintes usos etnofarmacológicos identificados: Antiasmática, expectorante,
tônica do coração, diurética, antitussígena, diurética, antiespasmódica,
carminativa, e antiinfecciosa.
Modo de
Ação:
Os componentes de Chá Porangaba possuem as seguintes ações
farmacológicas:
O cafeeiro (Coffea arabica) é muito rico em
xantinas com atividade farmacológica bem conhecida. Seu mecanismo de ação
principal é através da inibição da adenil ciclase, aumentando a concentração de
AMP cíclico intracelular. Isto causa modificação da atividade de diversas
células. As principais propriedades farmacológicas das xantinas são relaxamento
de musculatura lisa, principalmente brônquica, aumento da força de contração do
músculo cardíaco com aumento do consumo de O2, aumento do cronotropismo, aumento
do fluxo sanguíneo renal, aumento da taxa de filtração glomerular, efeito
natriurético por ação tubular, aumento da diurese e estímulo do centro
respiratório e das funções do SNC.
As xantinas e a cafeína em doses usuais causam
aumento de 10% na taxa metabólica basal e seu mecanismo de ação depende de uma
interação complexa entre seus componentes e os diferentes receptores. O ácido
benzóico, os salicilatos e o ácido ferrúlico, todos possuem atividade
antiinflamatória e analgésica. O ácido benzóico também fluidifica as secreções
respiratórias onde atua como antisséptico. A trigonelina tem ação sobre o
hepatócito, aumentando seu metabolismo, a produção de bile e reduzindo a
mortalidade celular em modelos de hepatite química por tetracloreto de
carbono.
O ácido cafêico, os salicilatos e o quercetol
possuem ação antiadesiva plaquetária. Os mecanismos de ação incluem o bloqueio
da síntese de tromboxano A2, o aumento da concentração de prostaciclina no
endotélio vascular e o aumento do AMP cíclico intracelular nas plaquetas. O
quercetol também exibe marcante ação sobre a microcirculação aumentando a
estabilidade do endotélio vascular e reduzindo a sua permeabilidade. Esta ação
relaciona-se também com uma atividade anti-alérgica, cujo mecanismo de ação
ainda não está completamente elucidado. Outras atividades farmacológicas do
quercetol são antidiarreica, antiviral, antiarrítmica, antioxidante,
antiherpética e antiinflamatória.
O ácido clorogênico é um potente colagogo,
aumentando de forma significativa a produção de bile, além de proteger o fígado
contra hepatite química. O ácido clorogênico também exibe marcante ação
antibacteriana. Entre microorganismos sensíveis à esta substância temos P.
aeruginosa, S. aureus, D. pneumoniae, Streptococcus sp e N. meningitidis. O
caempferol tem efeito antihipertensivo por vasodilatação, em concentrações
séricas muito baixas (3 mmol/L). Em modelos de infecção intestinal por bactérias
patogênicas em animais, o extrato das folhas de Coffea arabica foi eficaz em
reduzir a gravidade e o tempo de doença.
Os princípios ativos mais importantes Grindelia
camporum são grindelanos. Estes compostos atuam na musculatura lisa causando
relaxamento, principalmente da musculatura brônquica, que determina um efeito
broncodilatador. Os óleos essenciais e a resinas de atuam fluidificando a
secreção respiratória e funcionando como antissépticos locais. Outra ação
identificada do extrato de Grindelia camporum é a redução do reflexo da tosse
por aumento do limiar de excitabilidade das terminações sensitivas na mucosa
brônquica. Os grindelanos também atuam no coração, reduzindo a resposta
cronotrópica e aumentando o inotropismo. Autores acreditam que seu mecanismo de
ação inclui o aumento do relaxamento das fibras cardíacas durante a diástole.
Aumenta o debito cardíaco, o fluxo sangüíneo renal e a taxa de filtração
glomerular. Age também regulando o peristaltismo intestinal e aumentando a
expulsão de gases.
Os glicosídeos de possuem sabor amargo marcante,
que estimula as papilas gustativas aumentando a produção de secreções
digestivas.