OPINIÃO – O café frio do ministro Stephanes

9 de novembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: HOje em Dia

NAIRO ALMÉRI
09/11/2009 
  

 
 
Nairo Alméri

A cafeicultura é doutora em arrastar problemas. Isto se explica, em parte, pela característica de ser a cadeia, na produção (excluídos industrialização e comércio), ainda conservadora. Ainda há muitos netos de ex-barões do café gerindo as lavouras de Minas, Espírito Santo, São Paulo e Paraná.


Para encurtar a prosa – deixando para trás o Funcafé, a política de preços e a renegociação de dívidas -, ressurge, novamente, o esqueleto da importação do café verde. Há cinco ou seis anos, o tema transbordou e envolveu até experts ligados a programas com a participação da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Na época, questões de ordem sanitária, de jogar os preços internos para baixo e dumping, na origem, foram argumentos fortes da lavoura para barrar as pressões das indústrias da torrefação. Agora, adicionam desconfianças de trabalho escravo nas lavouras.


A indústria quer preços baixos. Os produtores sabem que o Vietnã – alvo preferido de investimentos externos em cafeicultura, principalmente da Alemanha, França e Itália – tem volumes de robusta suficientes para jogar na lona os preços internos daqui.


O argumento pelas importações, com o compromisso do draw-back (reexportar 1), defendido pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Almir José da Silva Filho, que vai exportar café moído, é que os principais mercados querem consumir blends com robusta do Vietnã e de outros países da Ásia, África e América Latina (principalmente América Central). Para os mercados da França, com mistura de 10%, e para os Estados Unidos, maior consumidor do mundo, até 20%, de preferência com produto da Colômbia.


SAFRA
No mês anterior, a estimativa da Cia. Nacional de Abastecimento (Conab) era de que o país colherá 39 milhões de sacas na safra 2009/10 (15% inferior às 46 milhões em 2008/09). Do total, 28,4 milhões de sacas serão tipo arábica (20% a menos), e 10,6 milhões do robusta (10,5 milhões anteriores).


LENTIDÃO
Mas os produtores pressionam Stephanes de forma menos dramática. Apostam mais na lerdeza histórica do ministro para assumir posições, principalmente de conflitos na base aliada partidária do presidente Lula. A “base” está contaminada pela “bancada ruralista” e tem parlamentares do PT dentro (ruralistas).

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