Recomposição dos estoques oficiais
(19/03/2009 10:09)
A proposta dos cafeicultores, que vem sendo discutida nos últimos três meses com a equipe econômica do governo, é de que o passivo seja convertido utilizando como referência o valor de R$ 320 por saca, que seriam entregues ao governo ao longo de 20 anos, o que significaria um patamar de 5% por ano.
As estimativas do presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, são de que o volume de café resultante da conversão da dívida poderia atingir de 13 milhões a 14 milhões de sacas, que seriam utilizados para recompor os estoques oficiais do governo, que atualmente atingiram os menores níveis da história. “Nossa reivindicação continua a mesma, a transferência da dívida em produto, além da formulação de uma política de renda para o setor”, ressaltou.
O governo federal criou um grupo de trabalho para analisar as reivindicações. “O governo fala que vai fazer e não faz”, reclamou. Ximenes reiterou ainda que os cafeicultores vão manter o pleito para a realização de leilões de opções públicas de venda, que faria parte da política de renda para o setor, com a liberação de R$ 1 bilhão para a comercialização de 3 milhões de sacas, que poderiam ser divididos em três leilões ao longo do ano, sendo que o primeiro poderia ocorrer já no mês de maio.
Para o presidente do CNC, a proposta solucionaria o endividamento do setor, que vem se arrastando desde 1995 com sucessivas renegociações. “O governo nunca perdeu dinheiro com as opções”, afirmou.