Publicação: 30/10/07
Depois de ter atingido ontem a marca de R$ 1,75, o dólar pode fechar este ano abaixo de R$ 1,70. O volume de dinheiro que entra no país tende a pressionar ainda mais o câmbio.
A análise é do economista Nilson Teixeira, do Credit Suisse do Brasil, que, em relatório recente, previu que o dólar iria fechar este ano em R$ 1,70.
“O cenário continua muito favorável e é difícil trabalhar com a possibilidade de uma depreciação do real”, diz.
Pelas suas contas, o Brasil deve receber neste ano um total de pelo menos US$ 65 bilhões de dinheiro externo para investimento, ações e renda fixa. Em investimento direto estrangeiro, serão US$ 35 bilhões; em ações, US$ 18 bilhões; e, em renda fixa, US$ 12 bilhões.
O economista diz que essa enxurrada de dinheiro no país se deve a uma série de fatores, mas o principal motivo, a seu ver, é a melhora dos fundamentos econômicos do país.
“O que faz esses dólares entrarem no país é principalmente a avaliação favorável sobre as expectativas da economia brasileira nos próximos anos”, diz.
Nilson Teixeira não considera esse movimento de queda do dólar preocupante ou uma ameaça à indústria brasileira. Apesar de a importação estar crescendo em um ritmo acelerado, as exportações também estão se expandindo, e em ritmo superior ao que se previa. Além disso, o mercado interno também tem crescido a ritmos elevados e compensado eventuais perdas na exportação de manufaturados.
Nilson Teixeira não prevê também uma queda nas exportações a curto ou médio prazo. Pelas suas projeções, a tendência é que os preços das commodities, que têm garantido uma boa parte do aumento das exportações, continuem subindo no ano que vem.
O CS prevê, por exemplo, uma alta de 30% no preço do minério de ferro no ano que vem, o que vai garantir uma exportação superior a US$ 11 bilhões em 2008.