AGRONEGÓCIOS
17/10/2007
Native e Korin miram alvo de US$ 40 bi
Luciana Villar
A nova aposta do mercado de orgânicos no País – produtos de consumo não-duráveis fabricados sem o uso de substâncias químicas- são os itens de maior valor agregado, ou seja, alimentos processados e até cosméticos, com foco no mercado externo.
A estimativa do setor é de que em 2007 o mercado mundial de orgânicos movimente cerca de US$ 40 bilhões, crescimento anual da ordem de 30%.
A maior produtora e exportadora de açúcar orgânico do mundo, a Native Produtos Orgânicos – que pertence ao Grupo Balbo – aposta nos alimentos com maior valor agregado, ampliando sua linha de processados com o lançamento dos cookies (biscoitos) orgânicos durante a BioFach América Latina, que acontece no Expo Transamerica até 18 de outubro. No próximo ano, a empresa pretende lançar uma linha de bebidas à base de soja.
Todos os processados utilizam matéria-prima orgânica, como os novos biscoitos, que estão disponíveis nas versões Baunilha, Chocolate, Café e Banana.
“Toda a matéria-prima utilizada é produzida de acordo com as normas da agricultura orgânica”, explica o gerente comercial da Native, Helio da Silva. Todo o açúcar utilizado pela empresa e 30% do café são de produção própria. As demais matérias-primas são de parceiros.
As vendas da empresa no Brasil, onde já possui diversos produtos orgânicos voltados para o café da manhã -café, açúcar, chá, achocolatado, suco de frutas-, têm registrado crescimento anual de 50%.
No entanto, 90% da produção da Native ainda é destinada ao mercado externo, negócio que cresce 25% ao ano, segundo Silva.
“O Brasil ainda não tem um grande mercado de orgânicos, como a Europa e os Estados Unidos, mas está crescendo e se fortalecendo.”
A Native tem explorado sua experiência no setor sucroalcooleiro -o Grupo Balbo é dono da usinas Santo Antonio e São Francisco e possui uma área de 14 mil hectares destinados à produção de cana-de-açúcar- e ampliado sua linha de derivados orgânicos de cana, como o álcool, destinado à indústria de cosméticos, à de alimentos e à de bebidas.
Lançado no ano passado, o álcool livre de produtos químicos em sua formulação já está sendo utilizado pela maior empresa brasileira de cosméticos do País, a Natura. Segundo o gerente comercial, a Native já foi contactada por empresas estrangeiras e em breve começará a exportar o álcool orgânico.
A meta da empresa é diversificar sua pauta de exportação, pois 70% do volume embarcado é de açúcares orgânicos. Além disso, quer ampliar a presença na marca no mercado externo, exportando alimentos com a marca brasileira para o consumidor estrangeiro. Hoje, a maior parte dos produtos exportados é destinada à indústria de alimentos.
Korin
A Korin, empresa brasileira que pertence a um grupo de empresários ligados à Igreja Messiânica, está lançando, na Biofach 2007, o frango caipira orgânico congelado, com foco na exportação. O alto custo de produção fez com que o preço do frango orgânico ficasse mais de 150% superior ao valor médio pago pela ave no mercado interno. “O valor final do produto torna inviáveis as vendas no mercado interno; vamos produzir somente sob encomenda”, afirma Reginaldo Morikawa, sócio da Korin.
A capacidade de produção dos avicultores orgânicos integrados à Korin é de até 100 toneladas de frango por mês.
Segundo Morikawa, a empresa é pioneira na produção do chamado Frango-Verde, livre de antibióticos e promotores de crescimento, com uma produção da ordem de 400 toneladas por mês, comercializadas no País.
Os frangos-verdes são vendidos inteiros e também em cortes. Seus subprodutos são destinados à indústria de rações e a indústrias processadoras de alimentos.
Com um faturamento anual de R$ 30 milhões, além dos frangos, a Korin também produz ovos, hortifrutigranjeiros, fertilizantes e cafés e até uma marca de água mineral com flúor natural. No total, comercializa mais de 65 itens, provenientes de 60 agricultores integrados. Somente a produção de morangos orgânicos é própria e produz mais de 50 toneladas da fruta por ano.