Davilym Dourado/Valor Pereyra, após 11 anos na LVMH, comanda a Nespresso na América Latina O negócio de café gourmet Nespresso, que no ano passado levou 1 bilhão de francos suíços (US$ 824 milhões) ao caixa da Nestlé, começa a deslanchar na América Latina. Além das duas lojas inauguradas em dezembro, em São Paulo e em Buenos Aires, mais duas serão abertas até julho, em Ipanema e Cidade do México.
Martin Pereyra, executivo que comanda a Nespresso na América Latina, também negocia um espaço no futuro shopping Cidade Jardim, a ser inaugurado em dezembro no bairro do Morumbi, e pesquisa as regiões de Itaim, Moema e Alphaville, em São Paulo. O público potencial no Brasil, em especial no eixo Rio-São Paulo, é de 500 mil famílias de alta renda.
É de olho nesse consumidor endinheirado que a multinacional, mais conhecida no mercado de café pela linha popular de solúvel Nescafé, vem investindo na ampliação da rede Nespresso, com cerca de 70 lojas em 40 países.
Apesar de caprichar no visual da cafeteria que funciona há cinco meses no bairro paulistano dos Jardins – dois andares, com madeira de lei nas paredes, poltronas e sofazinhos confortáveis e dois balcões pilotados por baristas – o objetivo da Nestlé não é vender café para ser tomado ali.
A idéia é fazer o consumidor gostar tanto dos “blends” vendidos na loja que ele vai querer levar um punhado para casa. Mas, como os sachês de alumínio, em forma de copinhos coloridos, só podem ser usados nas máquinas vendidas na loja, vai ter que levar a maquininha também e ficar freguês cativo da Nespresso. A fórmula parece estar dando certo – no ano passado as vendas da Nespresso no mundo cresceram 30%.
Pereyra não informa quantas máquinas já foram vendidas, mas diz que a resposta do público permitirá recuperar o investimento em menos de três anos – o prazo inicialmente previsto era de 5 anos. E o valor gasto não foi pouco. “O preço do metro quadrado hoje para uma loja de luxo em São Paulo é de ? 2,5 mil. Nós ultrapassamos esse valor aqui”, diz Pereyra, sentado confortavelmente numa elegante poltrona, bebericando um “blend” descafeinado, mas que tem gosto de café, garante.
Varejo de luxo, em especial no setor de bebidas, é algo que Pereyra conhece. Ele trabalhou por 11 anos na divisão de vinhos e destilados do grupo LVMH, tendo passado por Argentina, Venezuela, Uruguai e Brasil. “A idéia é dar a sensação de que o consumidor está entrando numa loja de grife de luxo”, diz ele, ao descrever o ambiente da cafeteria instalada nos Jardins.
O luxo, no caso, não se limita às cores, com predominância do preto, marrom e marfim, e ao material utilizado, como a madeira de lei certificada nas paredes. O preço também ajuda a selecionar a clientela. Uma xícara de café custa R$ 4,50. Se o consumidor quiser comprar um dos dois modelos de máquina disponíveis na loja, vai pagar R$ 800 pela versão manual ou R$ 1mil pela automática. Além das máquinas para fazer o “espresso” em casa e dos 12 “blends”, a Nespresso vende louças e outros apetrechos, como coqueteleiras – tudo importado. O dólar, barato em relação ao real, tem ajudado nos negócios, mas o risco de ter uma carga retida nos meandros da burocracia alfandegária preocupa. “Por isso, estamos sendo cautelosos”, diz Pereyra, para quem a última coisa que pode ocorrer é vender e não entregar. No segundo semestre, o canal de vendas na internet começa a funcionar.
Publicação: 03/05/07
O negócio de café gourmet Nespresso, que no ano passado levou 1 bilhão de francos suíços (US$ 824 milhões) ao caixa da Nestlé, começa a deslanchar na América Latina. Além das duas lojas inauguradas em dezembro, em São Paulo e em Buenos Aires, mais duas serão abertas até julho, em Ipanema e Cidade do México.
Martin Pereyra, executivo que comanda a Nespresso na América Latina, também negocia um espaço no futuro shopping Cidade Jardim, a ser inaugurado em dezembro no bairro do Morumbi, e pesquisa as regiões de Itaim, Moema e Alphaville, em São Paulo. O público potencial no Brasil, em especial no eixo Rio-São Paulo, é de 500 mil famílias de alta renda.
É de olho nesse consumidor endinheirado que a multinacional, mais conhecida no mercado de café pela linha popular de solúvel Nescafé, vem investindo na ampliação da rede Nespresso, com cerca de 70 lojas em 40 países.
Apesar de caprichar no visual da cafeteria que funciona há cinco meses no bairro paulistano dos Jardins – dois andares, com madeira de lei nas paredes, poltronas e sofazinhos confortáveis e dois balcões pilotados por baristas – o objetivo da Nestlé não é vender café para ser tomado ali.
A idéia é fazer o consumidor gostar tanto dos “blends” vendidos na loja que ele vai querer levar um punhado para casa. Mas, como os sachês de alumínio, em forma de copinhos coloridos, só podem ser usados nas máquinas vendidas na loja, vai ter que levar a maquininha também e ficar freguês cativo da Nespresso. A fórmula parece estar dando certo – no ano passado as vendas da Nespresso no mundo cresceram 30%.
Pereyra não informa quantas máquinas já foram vendidas, mas diz que a resposta do público permitirá recuperar o investimento em menos de três anos – o prazo inicialmente previsto era de 5 anos. E o valor gasto não foi pouco. “O preço do metro quadrado hoje para uma loja de luxo em São Paulo é de ? 2,5 mil. Nós ultrapassamos esse valor aqui”, diz Pereyra, sentado confortavelmente numa elegante poltrona, bebericando um “blend” descafeinado, mas que tem gosto de café, garante.
Varejo de luxo, em especial no setor de bebidas, é algo que Pereyra conhece. Ele trabalhou por 11 anos na divisão de vinhos e destilados do grupo LVMH, tendo passado por Argentina, Venezuela, Uruguai e Brasil. “A idéia é dar a sensação de que o consumidor está entrando numa loja de grife de luxo”, diz ele, ao descrever o ambiente da cafeteria instalada nos Jardins.
O luxo, no caso, não se limita às cores, com predominância do preto, marrom e marfim, e ao material utilizado, como a madeira de lei certificada nas paredes. O preço também ajuda a selecionar a clientela. Uma xícara de café custa R$ 4,50. Se o consumidor quiser comprar um dos dois modelos de máquina disponíveis na loja, vai pagar R$ 800 pela versão manual ou R$ 1mil pela automática. Além das máquinas para fazer o “espresso” em casa e dos 12 “blends”, a Nespresso vende louças e outros apetrechos, como coqueteleiras – tudo importado. O dólar, barato em relação ao real, tem ajudado nos negócios, mas o risco de ter uma carga retida nos meandros da burocracia alfandegária preocupa. “Por isso, estamos sendo cautelosos”, diz Pereyra, para quem a última coisa que pode ocorrer é vender e não entregar. No segundo semestre, o canal de vendas na internet começa a funcionar.