Evento também contou com palestra sobre perspectivas de mercado.
DA REDAÇÃO/VIA CAPAL – O cooperado Tomás Eliodoro da Costa consagrou-se bicampeão do Concurso de Qualidade de Café da Capal – categoria Cereja Descascado, que este ano está em sua oitava edição. Pelo segundo ano consecutivo, o cafeicultor conquistou a maior pontuação, 86 pontos, entre as 10 amostras de cafés depositados na cooperativa com potencial para o concurso. Já o cooperado Marcelo Rezende Teixeira foi o grande campeão na categoria Cereja Natural, com a melhor amostra, 84 pontos, entre as 15 selecionadas.
O evento para divulgação dos resultados do 8º Concurso de Qualidade de Café da Capal, promovido pelo Departamento de Classificação e Comercialização de Café, com apoio do Sebrae/Educampo, aconteceu no último dia 25 de outubro, no Hotel Pousada Dona Beja.
De acordo com a tabela oficial (amostra pré-selecionada se enquadra no tipo 2, peneiras 16/17/18), a classificação do café por tipo é feita com base na contagem dos grãos defeituosos ou das impurezas contidos numa amostra de 300g do produto beneficiado.
O Concurso de Qualidade de Café da Capal utiliza como parâmetro a metodologia SCAA – Specialy Coffee Associantion for America. As amostras são pontuadas de 0 a 100 e provadas por dois árbitros credenciados na prova de xícara. A nota final é apurada pela média dos dois degustadores.
Palestra
Além das premiações para os três primeiros colocados de cada categoria, o evento também contou com a palestra do engenheiro agrônomo e pesquisador do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo, Celso Vegro, que abordou as perspectivas do mercado de café no cenário nacional e internacional.
De acordo com ele, a temporada para mercado de café está bastante complicada. “Grande parte da produção cafeeira brasileira é exportada para outros países e muitos deles vivem crises econômicas muito severas, com alta taxa de desemprego e empresas fechando as portas. Esse clima de crise que se instalou em vários países que consome o café brasileiro tem repercutido na demanda pelo produto.”
Segundo Vegro, o momento é apenas conjuntural e, dentro de uma análise em longo prazo, as perspectivas são melhores e mais favoráveis aos arábicas brasileiros. “Ter qualidade no mercado global de alimentos é uma exigência, que permitirá você inserir no mercado. A cada ano que passa temos produtos com mais qualidade, ou seja, cafés especiais, gourmet, certificados, os orgânicos, lavados, descascados e naturais de alta qualidade começam a ter uma presença significativa no mercado. Cada vez mais os torrefadores internacionais procuram as matérias primas de qualidade brasileiras e pagam ágio por elas.”
O pesquisador destaca que o trabalho da Federação dos Cafeicultores do Cerrado está perfeitamente conectado ao que há de mais moderno em termos de estratégias comerciais, competitivas, em casos de commodities.
“Aglutinar forças, constituir uma marca, estabelecer padrões, identificar regiões, monitorar estudos permanentemente, trabalhar os produtos diretamente com os clientes, independer de atravessadores, enfim, todos os serviços que a federação oferece para os cafeicultores do cerrado é o de mais moderno que pode ser feito no agronegocio de café, do ponto de vista da produção e comercialização. As outras regiões ainda não amadureceram para esse estágio, até porque não têm uma área tão homogênea como é o caso do cerrado. Outras regiões de Minas, como as cooperativas de Guaxupé e Sul de Minas, também fazem um trabalho belíssimo que entusiasma o mercado”, ressalta o pesquisador do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo, Celso Vegro.