OPINIÃO – A LONA DO CIRCO CAIU – Por Silvio Marcos Altrão Nisizaki
25/08/2009 – Após 8 meses de completa enrolação e falta de respeito com o cafeicultor, a verdade sobre a criação do grupo de trabalho apareceu após a queda da lona deste circo armado pelo MAPA, a pedido do Governo Federal, pela pessoa do Sr. Ministro da Agricultura, Reinholds Stephanes.
Este circo escondeu sob sua lona durante todo este tempo um espetáculo bizarro e masoquista, digno de esquecimento. Entretanto, como um dos artistas, cabe a mim o dever de narrar este longo espetáculo.
Como todo circo, no picadeiro central encontramos o mestre de cerimônia, aquele que conduz o grande espetáculo para divertimento da platéia. Nesta condição, encontramos nosso Ministro da Agricultura e seus assessores de palco, os Srs. Silas Brasileiro (Secretário Executivo do MAPA) e Manoel Bertone (Secretário de Produção e Agroenergia).
Na platéia, encontramos um público diversificado, mas todos com os mesmos interesses em comum, encontramos exportadores, corretores, políticos, cooperativas, torrefadoras, órgãos governamentais (CONAB, IBGE) etc… todos ávidos para apreciar a famosa trupe de artistas em ação, NÓS OS CAFEICULTORES…
Nós, os cafeicultores, apresentamos durante 8 meses o maior espetáculo da terra, onde quem trabalha no palco paga, enquanto os que estão sentados assistindo de camarote recebem.
Somos muito requisitados por esta platéia, pois somos extremamente versáteis.
1- Somos mágicos: Sim somos mágicos, pois enquanto o grupo de trabalho tentava descobrir os motivos de nosso endividamento e o tamanho de nossas dividas, nós mostrávamos para nossa platéia o poder de nossas magias, como transformar insumos de R$1800,00 a tonelada em sacas de café de R$230,00. A mágica maior, esta platéia ainda esta por esperar, que é pagar nossas contas com estes preços de café.
2- Domadores: Enquanto o grupo de trabalho tentava convencer a CONAB, que nosso custo de produção estava acima de R$300,00, como disse o próprio ministro, e assim aceitar um preço mínimo acima deste valor, nós divertíamos nossa platéia , demonstrando o quanto somos corajosos e habilidosos em domar as feras do sistema financeiro (bancos), pagando juros cada vez mais altos para manter nossa atividade.
3- Malabaristas: Enquanto o grupo de trabalho tentava decidir o que poderia ser prorrogado, nós divertíamos nossa platéia com nossa capacidade incrível de equilibrar nossas contas junto ao comércio, fornecedores e trabalhadores.
4- Engolidores de espada: Sim, enquanto o grupo de trabalho decidia quem não poderia ficar sem receber, não foram poucas as vezes que para mantermos nosso crédito e nossos nomes em dia junto aos bancos e cooperativas, engolimos juros exorbitantes.
5- Palhaços: Durante todos estes 8 meses de grande versatilidade artística e divertimento para nossa platéia, esperávamos sermos reconhecidos pelos nossos méritos e paciência. Entretanto, ao cair a lona fomos surpreendidos por gargalhadas, pois todo nosso esforço não passou de palhaçada para nossa platéia.
Assim acredito que infelizmente, tanto os mestres de cerimônia como nossa platéia, que lá estavam para nos prestigiar e nos aplaudir, nos traíram debochando de nosso trabalho e de nossa confiança. Portanto, colocamos a raposa na pele de cordeiro dentro de nosso galinheiro, agora basta saber se os membros do grupo de trabalho foram utilizados como artistas como nós, ou como mestres de cerimônia também?
DEUS QUEIRA QUE ESTES TAMBÉM TENHAM SIDO ENGANADOS COMO NÓS, E ISSO SERÁ PROVADO ATRAVÉS DE SEUS RELATÓRIOS INDIVIDUAIS.
POIS, PARA AQUELES QUE TANTOS PAPÉIS FIZERAM, NÃO CUSTA FAZER O PAPÉL DE CAÇADOR, E PODEM TER CERTEZA, QUE A PARTIR DE HOJE ESTÁ ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA AS RAPOSAS DA VELHA POLÍTICA CAFEEIRA DO BRASIL.
SILVIO MARCOS ALTRÃO NISIZAKI
CAFEICULTOR – COROMANDEL MG