Rapidez do leilão foi surpreendente, diz diretor do Cecafé

Por: AGENCIA EFE / Último Segundo

Brasília, 22 – O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Guilherme Braga, mostrou-se surpreso com a rapidez e o resultado do leilão de opções de café, realizado na manhã de hoje pela COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB).
Na semana passada, o leilão de apenas um lote de 10 mil contratos (1 milhão de sacas) de café arábica, com vencimento em 15 de novembro, demorou pouco mais de duas horas para acabar e registrou prêmio R$ 950,15 por contrato de 100 sacas (R$ 9,5015/saca). O ágio foi de 526,13% em relação ao valor de abertura.


No leilão de hoje foram comercializados três lotes (vencimento no dia 15 de janeiro, fevereiro e março) em menos de uma hora e, nos três casos o ágio foi praticamente nulo, pois houve variação de apenas R$ 0,10 no valor do prêmio entre o início e o encerramento dos negócios.


“É surpreendente, curioso”, comentou Braga ao lembrar que as condições do mercado não se alteraram no período de realização dos dois leilões a ponto de influenciar as operações. “Isso me preocupa um pouco”, acrescentou. No primeiro lote, foram vendidos 100% dos 8 mil contratos ofertados (800 mil sacas), ao prêmio de R$ 154,51 . No segundo, o lote também foi comercializado integralmente, a R$ 155,860, e, no terceiro, a R$ 157,210, também com 100% de venda. “Os participantes pagaram R$ 1,00 ou R$ 2,00 pelo contrato de opção, isso é de graça”, avaliou. “Até porque, os valores estão abaixo dos preços de mercado, a R$ 255, aproximadamente. É difícil de entender”, continuou.


Disputa


O diretor do Cecafé lembrou que no leilão da semana passada, a disputa foi acirrada e que a participação dos produtores individuais foi de 56% ante 44% das cooperativas. Ainda que essa divisão não tenha refletido exatamente a composição do mercado, já que a produção das cooperativas, de acordo com ele, gira em 35%, a operação revelou a existência de interessados pelo lote.


Braga teme que tenha ocorrido uma concentração de cooperativas na operação de hoje, o que poderia ter amenizado a disputa. “Vimos muito isso no passado, mas, com o resultado do leilão do dia 15, parecia que estava tudo correndo bem”, comparou. Mesmo assim, ele ressaltou que houve grande concentração do Estado de Minas Gerais no primeiro leilão de opções, com participação de 80% ante uma fatia de produção de café nacional de 48%. “O resultado de hoje, no entanto, sugere que o mesmo tipo de interesse não ocorreu, mas é difícil entender o porquê disso”, refletiu.


De acordo com o diretor, o resultado do leilão deixa claro que não houve disputa nas negociações. É preciso verificar, de acordo com ele, a lista de participação divulgada pela CONAB para checar a distribuição dos interessados. A assessoria de imprensa da CONAB explicou que a lista será publicada logo após o pagamento pelos participantes, o que pode demorar ainda de três a quatro dias. (Célia Froufe)

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