Cooperativas do Paraná debatem políticas de crédito rural

Cerca de cinqüenta diretores, gerentes e analistas das áreas financeira e comercial das cooperativas do Paraná, participaram em Curitiba, do Fórum Financeiro e de Mercado

27 de junho de 2009 | Sem comentários Comércio Cooperativas

O evento é promovido pelo Sistema Ocepar e tem por objetivo debater o Plano Safra 2009/2010, anunciado no dia 22 de junho pelo Governo Federal, em Londrina (PR), e também discutir as propostas de alterações da política de crédito rural que estão em estudo no Ministério da Agricultura. Durante o Fórum também haverá um debate sobre o cenário da economia brasileira e mundial e sobre a operacionalização do Procap-Agro (Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias), lançado pelo governo federal juntamente com o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2009/2010. O evento, iniciado às 9 horas, prossegue até às 18 horas.


Abertura – Na abertura, o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, agradeceu a presença dos participantes e também dos representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Secretaria de Estado da Agricultura, Emater, Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Coonagro, Banco do Brasil e Ministério da Agricultura. Na avaliação de Koslovski, o Plano Safra 2009/2010 apresenta um bom montante de recursos, mas havia uma expectativa maior em relação à ampliação da verba a juros controlados, que são os juros do crédito rural cujo índice é de 6,75%. Para essa safra, houve um aumento de 20% a juros controlados, passando de R$ 45 bilhões para R$ 54 bilhões. De acordo com o presidente da Ocepar, isso significa que somente a metade dos recursos do Plano Safra são a juros controlados.


Oportunidade – Koslovski salientou ainda a importância do debate sobre as propostas de mudanças na política de crédito rural. “Esse fórum representa uma oportunidade de colocarmos nossas preocupações em relação à modernização das políticas públicas de crédito rural”, disse ainda. Segundo o presidente da Ocepar, poucas novidades ocorreram nos últimos 20 anos, prejudicando os agricultores que vêm passando por frustrações de safras seguidas, com alto nível de endividamento. “Precisamos ter mecanismos mais ágeis e que proporcionem maior segurança ao agricultor e, não somente a ele, como a todos”, acrescentou.


Avanços do PAP 2009/10 – O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Edílson Guimarães, aproveitou sua participação no Fórum para detalhar o Plano Safra 2009/2010 para os cooperativistas do Paraná e esclarecer dúvidas acerca das medidas de apoio à agricultura que serão adotadas pelo governo na próxima safra. “O PAP 2009/2010 é, certamente, o maior plano agrícola já lançado pelo governo. Nossa preocupação foi dar ênfase para quatro pontos: aumento no volume de recursos,  apoio às cooperativas, apoio para a classe média rural e apoio para a agricultura sustentável”, disse. O novo Plano Safra prevê um repasse de R$ 107,5 bilhões para a agricultura, um aumento de 37,8% no volume de recursos. Deste total, R$ 92,5 bilhões será destinado à agricultura comercial (acréscimo de 42% em relação à safra passada) e R$ 15 bilhões para a agricultura familiar, (aumento de 15% em relação à safra 2008/09).


Demandas – De acordo com Guimarães, o crédito agrícola vem evoluindo desde a safra 1999/2000.  “Mesmo assim, o pacote de medidas que todos os anos o governo cria para apoiar e financiar a agricultura nunca chega ao ideal. Geralmente atende 1/3 da necessidade do setor”, afirma o secretário. No entanto, completa, algumas demandas sempre são atendidas. Ele cita como exemplo alguns pontos previstos no PAP 2009/2010, entre os quais, o aumento dos preços mínimos, a ampliação da cobertura do seguro rural, a criação do Procap Agro, que permite a disponibilidade de capital de giro para as cooperativas, o aumento nos limites de financiamento por produtor e de repasse para cooperativas, e a reformulação do programa para médios produtores – Proger-Rural.


Juros – “Em relação aos juros, no entanto, não foi possível atender a solicitação do setor produtivo de reduzir a atual taxa de 6,75% ao ano. Isto porque a redução não seria grande, já que a taxa está quase no limite dos custos, mas principalmente porque se o governo diminuísse a taxa de juros teria que, necessariamente, diminuir também o volume de recursos. Por isso, optamos por manter a  taxa e garantir uma equalização de mais recursos para o setor rural”, afirmou. Sobre o Fundo de Catástrofe, outra demanda do setor, Guimarães disse que o governo está trabalhando no assunto. “Finalmente estamos chegando a um acordo. O Projeto de Lei 374/2008 que cria o Fundo de Catástrofe já está no Congresso Nacional e pedimos urgência na sua votação. Acredito que em duas semanas teremos novidades em relação a isso”, afirmou.

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