Exportações de máquinas de café fabricadas na Suíça vão de vento em popa

Para o cafézinho a crise não existe. Para as máquinas de café expresso fabricadas na Suíça também não.

27 de junho de 2009 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: Nicole della Pietra, swissinfo.ch


Para o cafézinho a crise não existe. Para as máquinas de café expresso
fabricadas na Suíça também não.

Em dez anos, as exportações triplicaram
em quantidade e quintuplicaram em volume. Quase dois milhões de máquinas foram
exportadas em 2008 com um faturamento de quase 500 milhões de francos
suíços.


Os mitos não resistem muito tempo, particularmente no setor do café. Os
italianos eram os maiores consumidores de café expresso (pequeno e forte) e de
macchiato(café expresso com leite e espuma de leite) do mundo, mas agora já
foram ultrapassados pelos suíços e pelos escandinavos. Como se não bastasse, a
Suíça tornou-se também líder mundial da máquina de café de alta qualidade.


Material profissional ou eletrodoméstico, do aparelho de alta tecnologia
inteiramente automático – apenas um botão para moer o café obter a bebida com
uma gama quase infinita de sabores – ou modelo semiautomático, em algumas
décadas, a indústria suíça soube associar tecnologia e design.


Sucesso planetário
O sucesso da empresa Thermoplan testemunha da procura
por esses produtos eletrodomésticos no estrangeiro. Este ano, empresa instalada
em Weggis (onde a seleção brasileira treinou para a Copa da Alemanha), às
margens do Lago dos Quatro Cantões, comemora dez anos de colaboração com a rede
norte-americana Starbuck, especialista em café. Esse acordo absorve quase metade
da produção e tornou as máquinas da Thermoplan conhecidas em 63 países.


Nos últimos anos, as exportações absorveram 98% da produção (18 mil máquinas,
a preço médio de 15 mil francos). E os concorrentes da Thermoplan, que não
fabrica somente máquinas profissionais, também estão de vento em popa,
principalmente Franke, HGZ, Schaerer e Egro.


Outra história de sucesso é a Jura. A empresa fundada em 1931 está presente
em mais de 50 países e exporta 86,7% da produção. No ano passado, bateu o
recorde com dois milhões de máquinas vendidas, que também valem milhares de
francos.


O sucesso das máquinas de café Jura, cujo prédio fica na beira da rodovia
entre Berna e Zurique, provocou o abandono definitivo da fabricação de ferros de
passar, que havia tornado a marca conhecida. Eles construíram recentemente um
espaço de exposição digno de um grande museu e batizado Jura World of
Coffee.


Nada de crise
Na Thermoplan, o sucesso não é medido apenas pelo número de
máquinas vendidas. Essa empresa familiar, que tinha dez empregados 12 anos atrás
e agora emprega 190 pessoas, entre elas 24 engenheiros.


“Investimos uma parte importante de nosso capital em pesquisa, a fim de
manter nosso lugar de número um mundial”, explica o diretor Adrian Steiner à
swissinfo. Ele sublinha com orgulho a colaboração “com Altas Escolas, como a de
Lucerna, como solução para contratar futuros funcionários, jovens e
motivados.”


As vendas do setor levaram marcas antigas a renascer das cinzas. É o caso de
pequena fábrica de máquinas de café Olympia, em Mendrisio, sul da Suíça. Ela foi
fundada em 1928 e foi reativada um ano atrás. Pequeno, compacto e brilhante, seu
modelo Maximatic já é considerado o “Rolex” das máquinas de expresso pela
clientela alemã, britânica e estadunidense.


Do chá ao café
Apesar das incertezas da economia mundial, o futuro parece
promissor. Nações tradicionalmente consumidoras de chá como Índia, Reino Unido e
China, começam a apreciar o café. O público, que ainda é pouco habituado ao
gosto forte e um pouco amargo de um expresso, prefere as misturas com leite como
o capuccino.


“É uma vantagem para nós porque, basicamente, somos especilistas em máquinas
de café com leite e creme, o que nos permite propor modelos adaptados a esse
mercado”, afirma o diretor da Thermoplan. O marketing também é utilizado.


De George a Roger
Para seduzir o continente asiático, nada melhor do que a
imagem de Roger Federer. O tenista suíço assinou um contrato – mantido em
segredo, mas que teria seis ou sete números – com a Jura, válido até 2016. O
investimento vale a pena, segundo os dirigentes da marca, que contam com o
grande potencial da China, onde Federer é uma verdadeira estrela.


E o que seria das pequenas cápsulas de alumínio sem o charme do ator
norte-americano George Clooney? Em um setor diferente da manufatura tradicional,
Nespresso tem uma gama de 20 modelos, fabricados em grande parte na Suíça (por
Magimix, Siemens, Krups e Jura), com preços e opções variáveis que também
contribuem para o comércio exterior suíço.

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