Temos Café Tipo Santos – História do café

Por: 26/05/2009 10:05:33 - PortoGente








































Porto-Cidade

 

  • Secos e molhados

    Temos Café Tipo Santos
    Texto atualizado em 26 de Maio de 2009 –

  • por Iris Geiger da Silva *
     
     

    Aceita um cafezinho?


     


    Nos sítios do interior de São Paulo ou mesmo nas rocinhas caiçaras, esta é uma pergunta freqüente. Se você não quiser fazer feio, é melhor aceitar. Forte, passado na hora, no fogão à lenha, ou fraquinho, às vezes, requentado, o cafezinho sempre acompanha uma boa prosa. Nos antigos armazéns de secos e molhados, vendido em grão ou já em pó. Nas charmosas casas de café das praças urbanas, tomado puro ou misturado, além do “pingado”, há o “chocotino”, o “capuccino” e várias outras combinações.


     


    Durante muito tempo, o café brasileiro mais conhecido em todo o mundo era o “tipo Santos”. A qualidade do café santista e o fato de ser um dos principais portos exportadores do produto determinaram a criação do padrão internacional Café Tipo Santos. No entanto, há controvérsias a esta tese, defendida pela maioria das pessoas que acredita ser a cidade de Santos, porto exportador de café, a origem do nome. A outra versão afirma que a marca Santos deriva de Alberto Santos Dumont, que além de ter sido um pioneiro da aviação, foi também “o rei do café”.


     


    No último domingo, dia 24 de maio, comemoramos o Dia Nacional do Café. Esta data integra o Calendário Brasileiro de Eventos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior desde o ano de 2005. O Museu do Café, instalado no edifício histórico da Bolsa Oficial de Café, à Rua XV de Novembro, no Centro da cidade de Santos, apresentou um documentário sobre a história do grão e ofereceu degustação gratuita de licores e cachaças derivadas de café ao som de Cláudio Ricardo e Jaime Augusto.


     



     


     


     


     


     


     


    Foto: www.novomilenio.inf.br


     


     


     


     


     


     


    Reprodução de cartão postal de João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo, no livro
    Lembranças de São Paulo – imagem incluída no Calendário 2002 da Gráfica Guarani, de Santos.


     


     


     


     


     


     


    Existem várias lendas a respeito da descoberta do café. Uma das mais difundidas conta que, por volta do ano 800 d.C., nas montanhas áridas da Abissínia (atual Etiópia – África), um jovem pastor, chamado Kaldi, observou que suas cabras ficavam mais alegres e saltitantes quando comiam folhas e frutos de coloração amarelo-avermelhada de um certo arbusto. Ao provar do fruto, o pastor sentiu-se bastante animado, com vontade de dançar e ótima disposição para o trabalho.


     


    Antes disso, porém, consta que foram encontrados manuscritos mais antigos, ano 575, no islâmico Yemen, mencionando a cultura do café, onde era consumido como fruto “in natura”. Do Nordeste da África à Arábia, utilizado inicialmente em forma de pasta fortificante. O produto auxiliava também a manter as pessoas mais atentas durante as orações para Alá.  


    Foto: www.abic.com.br  


    E as histórias e lendas continuam. A fama da planta foi se alastrando, chegando aos mosteiros, onde os monges passaram a preparar uma infusão das folhas juntamente com os frutos em forma de chá. Certo dia, um dos monges levou alguns ramos de café carregados de frutos para perto do fogo para tentar secá-los a fim de guardá-los e usá-los durante o período de chuvas. Porém, distraiu-se, deixando os grãos torrarem, de onde exalou um aroma extremamente agradável.


     


    Somente no século XIV, o processo de torrefação foi desenvolvido na Pérsia, sendo que a bebida adquiriu um aspecto mais parecido com o dos dias de hoje. Passou a fazer parte do dia-a-dia dos árabes. Tornou-se objeto legislativo em 1475, quando foi promulgada uma lei, permitindo à mulher pedir o divórcio se o marido fosse incapaz de lhe prover uma quantidade diária da bebida.


     


    Os árabes eram muito zelosos no controle do comércio do café e procuravam impedir que sementes férteis deixassem a região. Entretanto, em meados do século XVII, um peregrino muçulmano, o Indiano de nome Baba Budan, conseguiu contrabandear algumas sementes para a Índia onde foram plantadas nas colinas próximas à cidade de Chikmagalgur (Sul da Índia).


     


    As primeiras tentativas de cultivo na Europa não vingaram, pois o café não tolera geadas. Os franceses tentaram sem sucesso cultivá-lo na região próxima a Dijon, no sul da França. Os holandeses levaram algumas mudas, descendentes das sementes de Baba Budan, da Índia para a Ilha de Java (Indonésia), onde a cultura do café floresceu.


     


      Foto: www.abic.com.br  


    A admiração pela iguaria chegou mais tarde à Europa durante a expansão do Império Otomano. Pelas mãos dos colonizadores europeus, o café entrou no Suriname, em São Domingos, Cuba, Porto Rico e nas Guianas. Dessa forma, começou a florescer na América.

     

     * Iris Geiger da Silva é arquiteta e pós-graduada em Gestão Ambiental.
    i.geiger@uol.com.br

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