Galpões do IBC: sede de órgãos federais ou centro cultural?

Por: (Guido Nunes - Redação Gazeta Rádios e Internet)

28/04/2009 –  Os galpões do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC) localizados em Jardim da Penha, Vitória, despertam o interesse de várias entidades e da associação de moradores do bairro. No entanto, o que se pretende fazer na área de 40 mil metros quadrados é divergente entre os interessados. As propostas vão desde a criação de uma sede única dos órgãos federais e estaduais do setor agropecuário até a de um centro cultural.


Nesta terça-feira (28), as possibilidades de utilização dos galpões do antigo IBC foram discutidas em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado. Representantes da Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária no Espírito Santo, da Associação dos Moradores de Jardim da Penha e da Federação de Agricultura do Espírito Santo participaram da audiência e expuseram as ideias divergentes de ocupação da área.


O superintendente Federal de Agricultura e Pecuária no Estado, José Arnaldo de Alencar, pretende criar na área dos galpões uma sede única para todos os órgãos ligados à agricultura. “Nossa proposta é aproveitar uma área que é federal e colocar todos os órgãos federais e estaduais naquele local e fazer com que isso facilite o atendimento ao pequeno, médio e grande produtor. Essa é a grande discussão, valorizar o produtor que responde por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do nosso Estado”.


Já a associação de moradores de Jardim da Penha diverge em relação à Superintendência. Getúlio Fernandes, coordenador da associação, diz que os moradores do bairro têm uma briga antiga para construir no local um centro cultural. “Não vemos com bons olhos, porque ali no espaço não cabe isso (a sede única dos órgãos agropecuários). Queremos ali ocupar em benefício da comunidade de Jardim da Penha, como um centro cultural. Pensamos também em ocupar com a feirinha da sexta-feira, que utiliza uma das praças, e a do sábado que podem ser transferidas para dentro das ruas do IBC”, argumentou.


O diretor financeiro da Federação de Agricultura do Espírito Santo, Neuzedino Alves, pensa semelhante à Superintendência Federal, mas acrescenta o resgate das atividades realizadas lá há 50 anos, como a estocagem de safra.


“A Federação da Agricultura entende que aquele é um patrimônio histórico nosso, gerado com recurso da cafeicultura na época do IBC e a Federação então deseja a preservação desse espaço para atender o setor agropecuário, não só com a manutenção do espaço para o armazenamento de safras excedentes, como para ser instalados os diversos órgãos ligados à agropecuária estadual”, complementou Neuzedino Alves.


Quem promoveu o debate na Assembleia Legislativa foi a Comissão de Agricultura, de aquicultura e Pesca, de Abastecimento e de Reforma Agrária da Casa, na figura do deputado estadual Atayde Armani, presidente da Comissão. Os galpões do IBC estão atualmente sublocados à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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