FINANCIAMENTO – Crédito caro faz Nestlé abrir linhas a fornecedor

13 de fevereiro de 2009 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: 13/02/2009 11:02:02 - Global 21








Cristiane Barbieri

Com a oferta de crédito distante das condições
anteriores à crise, a Nestlé tem atuado como intermediadora para
empréstimos.


Pela primeira vez, a empresa abriu linhas de créditos nos bancos com os quais
trabalha e dirigiu-as a seus fornecedores. Segundo Ivan Zurita, presidente da
Nestlé, o crédito total intermediado está hoje entre R$ 40 milhões e R$ 50
milhões e é destinado principalmente para capital de giro.


“A condição que impusemos aos bancos é que cobrem de nossos fornecedores as
mesmas taxas que cobrariam de uma empresa grande como a Nestlé”, diz Zurita.
“Para empresas menores, o crédito ainda está muito limitado e caro.”


A Nestlé tem 44 mil fornecedores e, de acordo com Zurita, não tem imposto
restrição aos pedidos de intermediação ao crédito. “Mudamos de patamar nos
últimos meses”, diz ele. “Vivemos uma nova realidade, à qual temos de nos
adaptar.”


Para atravessar os tempos de crise, a Nestlé diz ter também investido em
produtividade. Segundo Zurita, depois de atingir a meta de crescer o dobro do
PIB no ano passado, a fabricante de alimentos teve um bom janeiro, com vendas
superiores às de janeiro de 2008.


No mês passado, a empresa contratou 1.500 funcionários nas áreas comercial e
de distribuição. A expectativa de crescimento para este ano é de 4%.


Para isso, a Nestlé mantém a estratégia de crescer por aquisições e pela
entrada em novos mercados. Ontem, a empresa anunciou uma parceria com a francesa
SEB, dona da marca Arno no Brasil. As companhias lançaram a Dolce Gusto, um
eletrodoméstico que prepara bebidas à base de café, com o uso de produtos
Nescafé.


Ao contrário da Nespresso, que é voltada para um público de altíssimo poder
aquisitivo e vendida em lojas exclusivas, a Dolce Gusto custará R$ 600, sendo
que cada cápsula sairá a R$ 1,50. As máquinas e as bebidas, em seis sabores,
como latte macchiato, chococcino e capuccino, serão vendidas em supermercados e
redes varejistas.


Com o novo negócio, a expectativa da Nestlé é vender R$ 200 milhões, em três
anos. Já a SEB espera faturar R$ 40 milhões com os produtos no mesmo período. As
máquinas são produzidas na China, e as cápsulas, apesar de serem feitas com café
brasileiro, são importadas do Reino Unido.


Entre pesquisa, desenvolvimento e comunicação, as empresas destinaram R$ 80
milhões ao lançamento. Para o ano, a Nestlé estima investir o total de R$ 350
milhões, mesmo volume de 2008.


Além dessa linha, a empresa também está levando ao mercada um projeto
batizado de Real, que são cafeteiras para o pequeno varejo. “O objetivo é atuar
em todos os segmentos de café”, diz Zurita. “Estamos acelerando e temos de
consertar o avião em pleno voo. Precisamos crescer 3% ao ano para manter nosso
status quo, mas não estamos aqui para isso. Vamos crescer mais.”
 

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