DIA DO CAFÉ – Aceita um cafezinho?

11 de abril de 2008 | Sem comentários Consumo Torrefação

No dia nacional do café (14/04), a especialista Daniela Hueb fala sobre os benefícios dessa infusão feita a base dos frutos do cafeeiro


Companheiro de todas as horas, o café é uma bebida indispensável no cardápio dos brasileiros, até mesmo por conta da sua versatilidade e por se adaptar a diversos tipos de receitas. Quente ou gelado, com o pãozinho ou como ingrediente de alguma sobremesa, abrindo o apetite no café da manhã ou dando aquele toque final após as refeições, além de saboroso, o café é um alimento que possui propriedades nutricionais benéficas ao organismo e também é um importante aliado para manter a saúde econômica do País.


Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), em 2007, o Brasil manteve a posição de maior exportador mundial de café verde, faturando U$1,25 bilhão, com 27 milhões de sacas. E com relação ao consumo interno, ele também continua crescendo. Entre novembro de 2006 e outubro de 2007, a ABIC registrou um acréscimo de 4,74% em relação ao período anterior (total de 17,1 milhões de sacas), o que confirma que os consumidores estão ingerindo mais xícaras de café por dia.


Mas de onde vem esse hábito e o gosto pelo café?


um pouco de história


Apesar de já existir a aproximadamente mil anos, o primeiro registro comprovado da existência do café veio do século XV, em Kaffa, na Etiópia. Tudo começou com um pastor chamado Kaldi que, percebendo que seus animais ficavam mais espertos ao comerem as folhas e frutos do cafeeiro, decidiu experimentar. Como realmente sentiu-se mais alegre e bem-disposto para trabalhar, a notícia se espalhou rapidamente. Tanto que um monge da região começou a utilizar essa infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.


Durante os séculos XV e XVI, o conhecimento sobre os efeitos da bebida se disseminou rapidamente e o café também passou a ser consumido no Oriente. Porém, foi na Pérsia (hoje o Irã) o local onde ele foi torrado pela primeira vez. Mas foram os árabes que iniciaram efetivamente o cultivo da planta. Por conta disso, uma das espécies mais importantes de café tem como nome científico Coffea arabica.


Pontos positivos


Segundo a nutróloga Daniela Hueb, da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), quando consumido com prudência (até quatro xícaras ao dia), o café é utilizado no tratamento do alcoolismo, da bronquite asmática, das dores de cabeça, da obesidade, das flatulências, do reumatismo, da artrite e da tosse, pela medicina alternativa. “Ele ainda pode ser usado como digestivo, diurético e também como estimulante”, disse a especialista.


Estudos constataram que pessoas idosas que bebiam uma xícara de café normal antes de se submeterem a um teste de memória, obtiveram melhores resultados do que aquelas da mesma idade que optaram pelos sucos naturais.


Pontos negativos


Por ser diurético, Daniela Hueb alerta que o consumo abusivo de café pode provocar enfraquecimento geral no corpo por causa da perda de sais minerais, aminoácidos e vitaminas essenciais. Além disso, pode reduzir a taxa de oxigenação dos neurônios, provocar maior secreção de ácido clorídrico no estômago, o que aumenta a irritação nas mucosas e pode resultar em ulcerações. Com relação a sua característica mais acentuada, a perda do sono, a nutróloga dá uma dica: “As pessoas com propensão à insônia, devem ingerir a bebida até às 14hs, para não comprometer ainda mais o sono”.


Cafeína: seu principal composto


A cafeína é o estimulante legalizado mais usado no mundo e está associada ao café e aos refrigerantes a base de cola. Entre os benefícios está o aumento da vivacidade, do desempenho mental e da coordenação motora, no entanto, sem produzir euforia.


“Outros efeitos também são conhecidos, como a estimulação do coração (aumento do ritmo e da potência) e da diurese (aumento do volume de urina). Embora em menor proporção, a substância também pode ser utilizada para o tratamento de asma, uma vez que dilata as vias respiratórias”, afirmou Daniela Hueb.


A cafeína pertence ao grupo de compostos das metil-xantina. As xantinas são substâncias capazes de estimular o sistema nervoso, produzindo um estado de alerta, porém de curta duração. Mas engana-se quem pensa que a cafeína está presente apenas no café e no chá. O refrigerante a base de cola, o cacau, o chocolate, alguns remédios do tipo analgésico e contra gripe também possuem a substância em sua formulação. Por conta dessa diversificação, a cafeína pode ser considerada, seguramente, a droga psico-ativa e estimulante mais popular e mais consumida em todo o mundo.


De todos os estudos científicos já publicados, nenhum apresentou dados que comprovassem de forma incontestável que a cafeína é prejudicial à saúde e ao organismo.


Abaixo, segue a proporção de cafeína duas xícaras de alguns tipos de grãos de café:


1) Café expresso: contém de 250 a 330mg de cafeína;
2) Café descafeinado: contém de 1 a 5mg de cafeína;
3) Café solúvel: contém de 30 a 120mg de cafeína.


Propriedades nutricionais


Para quem é aficionado por calorias, a nutróloga Daniela Hueb revela uma novidade: o café fornece apenas 2Kcal, quando isento de açúcar. Quanto ao seu teor de carboidrato, proteína, gordura e fibra, ele apresenta quantidade pouco significativa. Em compensação, a água representa 98,8% em apenas 100g do alimento. O café contém ainda traços de cálcio, fósforo, ferro, sódio e vitaminas B1, B2 e B3.


Para quem está de dieta, o café este liberado, desde que sem adição de açúcar, isto é, deve ser ingerido puro ou com adoçante.


Algumas curiosidades:


1) Depois do petróleo, o café é a segunda mercadoria mais importante para a economia do mundo;
2) O Brasil participa com cerca de 25% da produção mundial de café;
3) Historicamente, somos o maior produtor e exportador do mundo;
4) A produção anual brasileira é de 30 milhões de sacas, sendo que metade é exportada;
5) Além de exportar, o País é o segundo maior consumidor mundial de café;
6) O consumo nacional anual beira 13 milhões de sacas, o dobro da década de 90;
7) Apenas um brasileiro consome, em média, 1.200 xícaras de café ao ano. 


Sobre a especialista:


Daniela Hueb é médica graduada pela Universidade de Alfenas, com especialização em Clínica Médica na Santa Casa de Ribeirão Preto (SP); em Dermatologia pela Fundação Carlos Chagas (RJ); e Nutrologia pela USP de Ribeirão Preto (SP), especialidade médica voltada ao diagnóstico, prevenção e tratamento de enfermidades nutricionais e orientação sobre alimentação para melhora energética, correção do peso e aumento da longevidade. Cursou também Medicina Estética na Argentina e nos Estados Unidos e foi chefe do Centro de Saúde de Piratininga (SP).


Hueb é ainda membro efetivo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, Academia Brasileira de Dermatologia, Sociedade Francesa de Medicina Estética e Sociedade Médica Brasileira de Intradermoterapia. Também participa da Associação Brasileira de Nutrologia, Sociedade Brasileira de Antienvelhecimento, Academia Americana de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Laser. Daniela Hueb é sócia-diretora da clínica médica integrada que leva o seu nome, especializada em diversos tipos de tratamentos, como acne, obesi­dade, celulite, cirurgia estética sem cicatrizes, peeling, entre outros.

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