O café e as indicações geográficas

30 de janeiro de 2010 | Sem comentários Curiosidades Terminologias

Vemos hoje uma clara preocupação em identificar as origens e suas características sensoriais, pois o café é influenciado diretamente pelas condições geográficas.


A palavra Terroir que sabiamente os franceses entendem como “território com identidade própria”, já faz parte do linguajar dos consumidores e alguns produtores.


É por isso que, nesta Segunda Onda do Café Especial há um forte enfoque nas Indicações Geográficas.


O Cerrado Mineiro inaugurou este novo capítulo ao ter sua Indicação de Procedência reconhecida pelo INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial, em 2006.


Isto significa que é a ordem coletiva que ganha força através de suas entidades regionais.


Esta nova tendência, que como nos vinhos está se estabelecendo definitivamente no café, fortalece o trabalho dessas entidades regionais, como o caso da SCAMG – Specialty Coffee Association of Minas Gerais, das Matas de Minas e junto à Serra do Caparaó, APROCAM – Associação dos Produtores de Café da Mantiqueira, que é a primeira micro-região demarcada de café do Brasil, e o CACCER – Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado, que é o pioneiro nesta ação.


Porém, deve ser entendido como um elemento de agregação de valor coletivo, que pode beneficiar a todos os produtores das áreas circunscritas. Naturalmente, trata-se de um poderoso instrumento de marketing, tornando os cafés produzidos nas áreas com Indicação Geográfica “especiais” por acepção.


Deve ser alertado, neste particular, que uma Indicação Geográfica não é obtida por todos os interessados.


É muito mais uma questão de poder do que querer. Necessita de um complexo rol de requisitos a serem satisfeitos, incluindo-se, por exemplo, a notoriedade do nome da região e seu produto. Para tanto, anos no mercado construindo conceito e imagem, despertando o reconhecimento dos atributos do produto e considerável investimento em marketing promocional se fazem obrigatórios.


Um último detalhe


Retornando ao conceito inicial de Specialty Coffee, pensado por Erna Knudsen: muitas vezes o que torna o café “especial” não é tanto o produto, mas a afetividade que ele evoca!


É puro resultado de relacionamento, quando as pessoas se fazem presentes.


É a magia do afeto.


E, pessoal, isto não tem preço.

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