26/07/09
Entre os candidatos beneficiados, dois ocuparam postos de direção no órgão
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com um “faturamento zero”, segundo seu presidente, Gilson Ximenes, o CNC (Conselho Nacional do Café) doou R$ 286 mil a cinco deputados federais e um senador em 2006. O repasse foi possível graças a uma triangulação: o CNC recebeu de cooperativas de cafeicultores e passou o dinheiro para os candidatos. Dois deles ocuparam cargos na diretoria do CNC nos últimos anos.
“São recursos marcados”, explicou Ximenes, em entrevista à Folha. Ele não era o presidente do CNC na época das doações.
Na campanha de 2006, o CNC doou R$ 93 mil para o deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG), R$ 80 mil para Geraldo Thadeu (PPS-MG), R$ 43 mil para Carlos Melles (DEM-MG), ex-ministro dos Esportes, R$ 30 mil para Nogueira (PSDB-SP), R$ 30 mil para Odair Cunha (PT-MG) e R$ 10 mil para o senador Renato Casagrande (PSB-ES).
Atendendo um pedido do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Procuradoria Regional da República e a Receita Federal analisaram dados financeiros do CNC -junto com outros 2.500 doadores em São Paulo- e concluíram que ele não obedeceu ao teto imposto pelo Código Eleitoral, de 2% do faturamento bruto do ano anterior à eleição, 2005.
O procurador regional eleitoral de São Paulo, Luiz Gonçalves, representou contra o CNC no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A entidade se defendeu no tribunal.
Presidente de honra do CNC, Melles, disse por telefone, na sexta-feira, que não tinha como conferir se a doação que ele recebeu “veio ou não do pool das cooperativas” de café. Disse que “milita no sistema cooperativo há mais de 20 anos”.
Silas Brasileiro foi diretor-executivo do CNC em 2007. Licenciou-se do mandato entre dezembro de 2004 e fevereiro de 2005 para assumir a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais. Procurado há duas semanas, não foi localizado.
Entidade que congrega empresários, a NTC (Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística), doou R$ 215 mil para seis candidatos, embora tenha faturado R$ 5 milhões em 2005. Justificou-se dizendo que o limite (R$ 100 mil) vale para cada Estado.
Folha de São Paulo
Mesmo com um “faturamento zero”, segundo seu presidente, Gilson Ximenes, o CNC (Conselho Nacional do café) doou R$ 286 mil a cinco deputados federais e um senador em 2006. O repasse foi possível graças a uma triangulação: o CNC recebeu de cooperativas de cafeicultores e passou o dinheiro para os candidatos. Dois deles ocuparam cargos na diretoria do CNC nos últimos anos.
“São recursos marcados”, explicou Ximenes, em entrevista à Folha (leia texto à parte). Ele não era o presidente do CNC na época das doações. Na campanha de 2006, o CNC doou R$ 93 mil para o deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG), R$ 80 mil para Geraldo Thadeu (PPS-MG), R$ 43 mil para Carlos Melles (DEM-MG), ex-ministro dos Esportes, R$ 30 mil para Nogueira (PSDB-SP), R$ 30 mil para Odair Cunha (PT-MG) e R$ 10 mil para o senador Renato Casagrande (PSB-ES).
Atendendo um pedido do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Procuradoria Regional da República e a Receita Federal analisaram dados financeiros do CNC -junto com outros 2.500 doadores em São Paulo- e concluíram que ele não obedeceu ao teto imposto pelo Código Eleitoral, de 2% do faturamento bruto do ano anterior à eleição, 2005.
O procurador regional eleitoral de São Paulo, Luiz Gonçalves, representou contra o CNC no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A entidade se defendeu no tribunal.